
O governo de Donald Trump, conhecido por sua abordagem não convencional e por priorizar a lealdade acima da experiência tradicional, tem atraído uma série de figuras proeminentes do mundo dos negócios e da tecnologia para cargos-chave. Entre esses “tecnocratas” e bilionários, destaca-se a figura de Elon Musk, cuja participação, embora breve e controversa, ilustra a dinâmica peculiar da administração Trump. Este artigo explora quem são esses indivíduos, suas fortunas, suas áreas de atuação e, crucialmente, como foram escolhidos para moldar as políticas de uma das mais singulares presidências americanas.
A administração Trump tem sido caracterizada pela nomeação de indivíduos com forte histórico empresarial, militar ou midiático, muitos dos quais sem experiência prévia em cargos governamentais. A tônica dessas escolhas recaiu sobre a lealdade pessoal ao presidente e o alinhamento com sua agenda política, que visava a desregulamentação, o corte de gastos e uma abordagem mais assertiva em questões de segurança e imigração.
Entre os nomes que compuseram ou foram considerados para o governo Trump, destacam-se:

•JD Vance (Vice-Presidente): Senador por Ohio e autor do best-seller “Hillbilly Elegy”, JD Vance foi escolhido como vice-presidente. Sua fortuna, impulsionada pelo sucesso de seu livro e investimentos em capital de risco, o coloca em uma posição financeira confortável. Novas divulgações federais de agosto de 2024 indicam que ele está financeiramente muito bem para alguém que acabou de completar 40 anos.

•Marco Rubio (Secretário de Estado): Filho de imigrantes cubanos e senador pela Flórida, Marco Rubio foi nomeado Secretário de Estado. Apesar de ter sido um crítico de Trump em 2016, sua lealdade posterior o levou a um dos cargos mais importantes do governo. Seu patrimônio líquido é estimado em pouco mais de US$ 1 milhão, com ganhos anuais de cerca de US$ 250.000 como Secretário de Estado. Sua fortuna cresceu com investimentos imobiliários, rendimentos de livros e palestras.

•Susie Wiles (Chefe de Gabinete): Considerada uma das principais arquitetas da vitória de Trump nas eleições presidenciais, Susie Wiles deve se tornar uma das mulheres mais poderosas do governo dos Estados Unidos. Embora não haja um valor exato para sua fortuna nas informações disponíveis, sua influência e papel estratégico são inegáveis.

•Thomas Homan (‘Czar’ da Fronteira): Ex-diretor interino do Serviço de Imigração e Alfândega, Thomas Homan foi nomeado para cuidar das fronteiras dos Estados Unidos. Sua fortuna foi estimada em cerca de US$ 10 milhões em 2024, principalmente por ganhos relacionados à sua carreira como oficial de aplicação da lei e comentarista político.

•Pam Bondi (Procuradora-Geral): Ex-procuradora-geral da Flórida, Pam Bondi foi escolhida para comandar o Departamento de Justiça. Sua fortuna aumentou significativamente após deixar o cargo, com estimativas de patrimônio líquido entre US$ 12 milhões e US$ 20 milhões. Isso se deve a valorização de imóveis na Flórida, anos de lobby e ações na Trump Media & Technology Group.

•Pete Hegseth (Secretário de Defesa): Veterano de guerra e apresentador da Fox News, Pete Hegseth foi indicado para ser o Secretário de Defesa. A Forbes estima que ele e sua esposa valem cerca de US3milho~es,emboraoutrasfontesindiquemganhosanuaisentreUS 3 milhões, embora outras fontes indiquem ganhos anuais entre US3milho~es,emboraoutrasfontesindiquemganhosanuaisentreUS 6 milhões e US$ 9 milhões.

•Linda McMahon (Secretária de Educação): Empresária bilionária e ex-CEO da World Wrestling Entertainment (WWE), Linda McMahon foi nomeada Secretária de Educação. Ela possui um patrimônio líquido combinado com seu marido, Vince McMahon, de bilhões de dólares, estimado em US$ 3,2 bilhões em 2024, principalmente devido à sua contribuição para a WWE.

•Robert F. Kennedy Jr. (Secretário de Saúde): Advogado ambiental e ativista antivacina, Robert F. Kennedy Jr. foi indicado para o cargo de Secretário de Saúde. Sua fortuna foi estimada em cerca de US$ 15 milhões pela Forbes, e ele construiu sua reputação e fortuna criticando cientistas e instituições governamentais.

•Vivek Ramaswamy (Responsável pela Eficiência Governamental): Empresário de biotecnologia e autor, Vivek Ramaswamy é quase um bilionário, com um patrimônio líquido estimado em mais de US$ 950 milhões, graças aos seus investimentos em biotecnologia e empresas financeiras.
Elon Musk e a Eficiência Governamental

Elon Musk, o bilionário por trás de empresas como Tesla e SpaceX, teve uma participação notável, embora controversa e de curta duração, no governo Trump. Ele foi nomeado para chefiar o recém-criado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), com o objetivo declarado de eliminar gastos desnecessários e enxugar a máquina pública. Musk prometeu cortes de US$ 2 trilhões, principalmente na burocracia federal, admitindo que as medidas poderiam causar “dificuldades temporárias” para a população.
Sua atuação no DOGE focou na demissão em massa de funcionários federais e em tentativas de fechar agências federais inteiras, resultando na demissão ou rescisão de contratos de cerca de 260.000 funcionários federais. No entanto, essa abordagem apressada levou a demissões equivocadas e a reações negativas, incluindo boicotes à Tesla e protestos.
A relação de Musk com o governo Trump foi marcada por tensões. Embora tenha sido um conselheiro próximo, sua saída do DOGE ocorreu após ele criticar um projeto de lei central para a agenda de Trump, que incluía isenções fiscais multitrilionárias e aumento nos gastos com defesa. Musk expressou decepção, afirmando que o projeto aumentaria o déficit federal e prejudicaria o trabalho do DOGE.
Críticos alertaram para possíveis conflitos de interesses, já que as empresas de Musk possuem contratos bilionários com o governo. Sua breve passagem pelo governo Trump ilustra a complexidade de integrar figuras do setor privado com interesses comerciais significativos em cargos públicos, especialmente quando há uma agenda de desregulamentação e cortes orçamentários.
Processos de Nomeação e Critérios de Seleção
O processo de nomeação no governo Trump se destacou por uma abordagem que priorizou a lealdade pessoal ao presidente acima de outros critérios. Analistas e a imprensa apontam que a fidelidade a Donald Trump foi o fator mais importante para a escolha de seus secretários, conselheiros e embaixadores, visando garantir o avanço de sua agenda política sem questionamentos.
Além da lealdade, o alinhamento ideológico com as propostas de Trump, como a desregulamentação e o corte de gastos, foi crucial. Muitos dos nomeados vieram do setor empresarial ou militar, refletindo a visão de Trump de gerir o governo como uma empresa, com foco em eficiência. A inclusão de bilionários e ex-CEOs, como Elon Musk e Linda McMahon, exemplifica essa busca por figuras de sucesso no mundo dos negócios.
As nomeações, no entanto, geraram controvérsias devido à falta de experiência em áreas específicas de alguns indicados, suas posições políticas extremas ou potenciais conflitos de interesse. A imprensa norte-americana e analistas políticos expressaram preocupação de que essa abordagem pudesse levar a um governo menos técnico e mais suscetível a decisões baseadas em interesses pessoais ou políticos.
A influência de doações de campanha nas nomeações também foi um ponto de discussão. Há relatos de que a transição de Trump foi financiada com dinheiro oculto, sem a revelação dos doadores, levantando questões sobre a transparência e a potencial influência de lobistas e grandes doadores nas escolhas de cargos-chave. A nomeação de Linda McMahon, que doou milhões para a campanha de Trump, é frequentemente citada como um exemplo de como doações podem ser recompensadas com cargos no governo.
Conclusão
A presença de tecnocratas e bilionários no governo Trump, exemplificada pela breve e impactante passagem de Elon Musk, reflete uma estratégia de governança que prioriza a lealdade e a experiência do setor privado. Embora essa abordagem tenha sido elogiada por alguns como uma forma de trazer eficiência e inovação para a burocracia governamental, ela também gerou críticas significativas relacionadas à falta de experiência em áreas-chave, potenciais conflitos de interesse e a percepção de que as nomeações eram mais baseadas em fidelidade pessoal do que em mérito técnico. A dinâmica entre o poder político e o poder econômico, especialmente no contexto de uma administração tão singular como a de Donald Trump, continua a ser um tema de intenso debate e análise.