
O presidente americano Donald Trump afirmou publicamente sua “profunda decepção” com Vladimir Putin após um telefonema em 3 de julho de 2025 que fracassou em avançar rumo à paz na Ucrânia. A declaração ocorreu horas antes de a Rússia desferir o maior ataque aéreo desde o início da guerra, com 539 drones e 11 mísseis contra território ucraniano, dos quais 270 foram interceptados.
A conversa de uma hora — a sexta desde janeiro de 2025 — foi descrita pelo Kremlin como “frank and constructive” (franca e construtiva), mas Trump a classificou como improdutiva:
“Fiquei muito decepcionado com a conversa […] Não acho que ele [Putin] esteja pensando em parar”.
O assessor presidencial russo Yuri Ushakov revelou que Putin reiterou a disposição para negociações, mas recusou-se a ceder nos objetivos de guerra:
“A Rússia alcançará as metas estabelecidas […] não recuará”, incluindo o reconhecimento das anexações territoriais e o veto à entrada da Ucrânia na OTAN.
O telefonema ocorreu após os EUA suspenderem parcialmente os envios de armas à Ucrânia, retendo:
- Mísseis de defesa aérea Patriot
- Artilharia de precisão
- Equipamentos críticos
Justificada por revisão de estoques, a medida foi celebrada pelo Kremlin como “aceleradora do fim do conflito” 45. Trump defendeu: “Joe Biden esvaziou nosso país dando armas [à Ucrânia]”.
Menos de 24 horas após o diálogo, a Rússia lançou o ataque massivo que atingiu Kiev e subúrbios, ferindo 14 pessoas e incendiando prédios residenciais. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky denunciou:
“Um dos maiores e mais cínicos ataques […] Só cessará com pressão em larga escala”.
- Zelensky anunciou conversa com Trump em 4 de julho para discutir a suspensão de armas, afirmando: “Contamos com a continuação do apoio americano”.
- Sobre o diálogo Trump-Putin, duvidou: “Não creio que tenham ideias comuns — são pessoas muito diferentes”.
- Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, respondeu às críticas de Trump: “Prestamos muita atenção às suas declarações”.
Os líderes discutiram:
- Crise no Irã: Putin defendeu soluções “exclusivamente diplomáticas” após ataques EUA-Israel a instalações nucleares.
- Cooperação bilateral: Energia, exploração espacial e até troca de filmes sobre “valores tradicionais”.
- Trump mencionou seu projeto de cortes fiscais de US$ 4,5 trilhões.
O impasse telefônico e a escalada bélica subsequente evidenciam a fratura intransponível entre as posições de Washington e Moscou. Enquanto Trump enfrenta pressão doméstica e aliada para conter Putin, a Ucrânia paga o preço na linha de fogo — um cenário que ameaça redefinir o equilíbrio geopolítico global enquanto a guerra entra em seu quarto ano sem solução à vista.