
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad fez declarações polêmicas durante o anúncio do Plano Safra da Agricultura Familiar 2025/2026, 30 de junho de 2025, no Palácio do Planalto, Brasília. Em discurso oficial, atacou o ex-presidente Jair Bolsonaro, defendeu a política tributária do governo e reagiu a críticas com a frase: “Pode gritar”.
As falas de Haddad foram proferidas em um contexto de alta tensão política, com embates entre o governo Lula e o Congresso, além de críticas do setor agropecuário e da oposição. Suas declarações sobre Bolsonaro foram amplamente comentadas nas redes sociais, com reações divididas: apoiadores do governo celebraram o tom combativo, enquanto opositores o acusaram de desviar o foco do Plano Safra para ataques políticos. Além disso, a menção ao IOF e à justiça fiscal reacendeu debates sobre a política econômica do governo, com críticos apontando aumento de impostos e má gestão fiscal.
Haddad chamou o evento de Bolsonaro na Avenida Paulista (29/06/2025) de “fracasso” e acusou o ex-presidente de atacar Lula nas redes sociais, sugerindo que Bolsonaro estava frustrado com o baixo impacto do ato.
“Talvez [Bolsonaro] tenha acordado chateado pelo fracasso do evento ontem”.
Disse que Bolsonaro “foge do debate” desde 2018, quando Haddad o desafiou para um confronto eleitoral, reforçando a narrativa de que o ex-presidente evita discussões diretas. Na época, Bolsonaro se recuperava de uma tentativa de homicídio onde foi vitima de uma facada.
“Sempre corre do debate. Espero esse homem para um debate desde 2018“.
Afirmou que Lula enfrentou a justiça, enquanto Bolsonaro, “ainda não julgado”, pede anistia, insinuando covardia ou tentativa de escapar de responsabilidades legais.
“Lula enfrentou julgamento. Bolsonaro nem foi julgado e já pede anistia“.
Defendeu a tributação de grandes fortunas, destacando que 140 mil pessoas com renda acima de R$ 1 milhão/ano pagarão 10% de imposto, igual a professores e policiais, enfatizando a busca por equidade tributária.
“140 mil pessoas que ganham R$ 1 milhão/ano pagarão 10% de imposto – mesma alíquota de professores”.
Sobre críticas ao aumento do IOF, disse que opositores “podem gritar”, em tom desafiador, sugerindo confiança nas medidas fiscais do governo.
“Podem gritar!”.

O discurso de Haddad transformou o lançamento do Plano Safra em palco de guerra política, enquanto o programa enfrenta obstáculos concretos: tributação contestada, juros elevados e desconfiança do agro. A provocação “pode gritar” sintetiza o conflito entre o projeto de justiça tributária do governo e a realidade econômica, deixando o futuro do financiamento agrícola sob nuvem de incertezas em meio à escalada da crise fiscal.