
Decisão por 40 aviões A220, avaliada em US$ 2,7 bilhões, ocorreu após pressões diplomáticas entre Polônia e França, segundo fabricante brasileira.
A LOT Polish Airlines anunciou em 16 de junho de 2025, no Salão Aeronáutico de Paris, a compra de 40 aviões Airbus A220 (20 A220-100 e 20 A220-300), com opções para mais 44, em um contrato estimado em US$ 2,7 bilhões. A decisão encerra uma parceria de 26 anos com a Embraer, que fornecia jatos regionais à companhia polonesa. Segundo a própria Embraer, a escolha foi influenciada por “fatores geopolíticos” e um tratado de defesa recente entre França e Polônia, e não por critérios técnicos ou econômicos.

A LOT Polish Airlines formalizou o maior pedido de sua história com a Airbus (empresa Francesa de 1970 fabricante de aeronaves comerciais e militares), com entregas programadas a partir de 2027. Os A220-300 serão os primeiros a serem integrados à frota, substituindo os Embraer E1, cuja idade média é de 15 anos. A decisão surpreendeu o mercado, pois a LOT operava 44 aviões Embraer e havia testado três E195-E2 em 2024, indicando uma possível renovação com o fabricante brasileiro.
Embraer afirmou publicamente que a escolha pela Airbus foi impulsionada por “um momento excepcional em que a geopolítica desempenha um papel importante”. A declaração refere-se ao Tratado de Defesa Mútua França-Polônia, assinado em maio de 2025. A cerimônia de anúncio contou com a presença do ministro francês dos Transportes, Philippe Tabarot, e autoridades polonesas, reforçando o alinhamento estratégico entre os países
O rompimento afeta projetos paralelos, onde a Embraer planejava instalar uma linha de montagem do cargueiro militar KC-390 na Polônia. A LOT mantinha infraestrutura de treinamento e manutenção (MRO) para aviões Embraer no país. A decisão sinaliza uma realinhamento da Polônia com cadeias industriais europeias, em detrimento de parcerias extrabloco.

O anúncio ocorreu em um Salão de Paris. A Airbus fechou US$ 21 bilhões em pedidos e evitou anúncios devido ao acidente com um 787 da Air India; Embraer compensou parcialmente a perda com uma venda de 60 E175 para a SkyWest Airlines, vendas de caças Super Tucano A-29 para o paraguay e três aeronaves de transporte militar Embraer C-390 Millenium do Brasil para a Lituânia.

As opções para 44 aviões adicionais serão exercidas conforme avaliação de desempenho dos primeiros A220. A Embraer mantém sua presença na Polônia com projetos militares, mas o episódio expõe como tensões geopolíticas podem reconfigurar alianças industriais históricas. O desfecho final só ocorrerá após 2027, quando os primeiros aviões entrarem em operação e seus impactos logísticos e financeiros forem mensurados.